Hoje resolvi trazer um autor aqui para a coluna Literatura Nacional, com vocês apresento Anderson Henrique vamos conhecer seu livro de lançamento?
Neste livro de estreia de Anderson Henrique, o razoável e o absurdo são separados por uma membrana muito sutil em 13 contos que reforçam os méritos da boa literatura fantástica. Em seu universo particular, premissas físicas, temporais e lógicas são subjugadas por tramas e personagens tão improváveis quanto verdadeiros. Transbordam pelos caminhos do contrassenso, mas o fazem indagando ações e sentimentos humanos, interpondo-se sobre o que temos como real em um convite a reflexões multíplices. Em contos como Uma noite, uma década, as barreiras do tempo são distorcidas e recriadas sempre que um casal se relaciona intimamente. Em A previsão de José Pasqual acompanhamos as últimas horas da única pessoa ciente das circunstâncias do fim dos tempos; Em Estela e Anelisa Sangrava Flores, são as mulheres as responsáveis por moldar e alterar a realidade – a primeira transmuta a si própria, a segunda tem em seu sangue a força transformadora. Em Carolina, Scarlet, Jordana, os sonhos servem de material para as peripécias do autor. Seria apropriado enquadrar o livro de Anderson Henrique nas concepções do realismo fantástico latino-americano, mas a boa literatura escapa dos limites de tais classificações. Neste livro de estreia, o autor desponta como criador de um realismo mágico próprio, repleto peculiaridades e alegorias que insistem em fazer verdade o que parece tão afastado dela.
Agora vou apresentar um pouco mais desse autor vamos conhecer ?
Qual seu nome completo?
Anderson Henrique Gonçalves
Cidade onde mora?
Nasci no Rio de Janeiro, capital.
Quando decidiu escrever?
Não foi uma
decisão consciente, sequer planejada. Comecei a escrever tarde, durante a
adolescência, por volta dos quinze anos, mas sempre gostei de histórias. Até
essa idade, só havia lido histórias em quadrinhos, que minha mãe comprava para
me convencer a acompanhá-la ao centro da cidade, onde comprava tecido e
material para costura. Fui descobrindo a literatura aos poucos, praticamente
por acidente. Escrever foi uma consequência. Mas antes de começar a colocar as
ideias no papel, as histórias já faziam parte da minha vida: mentia para justificar
a um professor os motivos de não ter feito a lição; criava histórias mirabolantes
para escapar de um castigo; dissimulava paixões. Cheguei até a inventar uma
biografia para responder à entrevista de um blog...
O que o leitor pode esperar de "Anelisa Sangrava Flores"?
Deixe-me explicar como funciona: o livro é composto por
13 contos muito distintos entre si. Não existe uma unidade. O único elemento
presente em todos é o fantástico. Podemos dizer, portanto, que o leitor irá
encontrar uma boa variedade de fantasia e absurdo em meu livro. Os personagens
são todos excepcionais de alguma maneira: um homem que não para de crescer, uma
mulher que sangra flores, pessoas capazes de subverter as barreiras do tempo, alguém
que conhece as circunstâncias do fim do mundo... São histórias construídas aos
moldes do realismo mágico. Enquanto algumas são densas, outras são bem leves. Tem
um pouco de tudo: sonhos, metáforas, terror, suspense, romance. Acho improvável
que o leitor não se encante com pelo menos algumas das histórias e seus personagens.
Na verdade, acho impossível.
Quais foram suas referências para escrever "Anelisa Sangrava
Flores"?
De certa
forma, a descoberta do realismo fantástico foi um fator definitivo. Aconteceu
como uma paixão arrebatadora, que depois virou um amor incondicional. Não
pensei em referências ao escrever os contos, mas posso dizer que os grandes
nomes do gênero como García Márquez, Murilo Rubião, Jorge Luis Borges e Júlio
Cortázar foram boas influências. Cem anos de solidão foi algo que fritou meu
cérebro. Até então, eu não sabia que aquilo era permitido.
Se "Anelisa Sangrava Flores" tivesse que ter uma trilha
sonora qual música você acha que combina com o seu livro?
Ler meu livro
acompanhado de uma trilha sonora seria bem curioso. Vou selecionar uma música
para cada conto.
Gigante – The times they are a
changin’ (Bob Dylan)
Anelisa sangrava flores – Flores
(Titãs).
Uma noite, uma década – You can't always get what you want (Rolling
Stones)
Estela – Magic (Cold Play)
Carolina, Scarlet, Jordana – Lie to me (Jonny Lang)
A previsão de José Pasqual – Slow Day
(Dadafon)
Pescaria noturna – The sound of silence (Simon and Garfunkel)
Quadro meu, moldura sua – You coud be
mine (Guns and Roses)
A transição – Change the world (Eric Clapton)
Os muitos verões de Ana Paula – Todo
amor que houver nessa vida (Cazuza)
O beijo – Kiss me (Sixpence None The Richer)
Recortes da eternidade – Vento no
litoral (Legião Urbana)
Um pouco acima do chão – Angel
(Aerosmith)
Percebi que seu livro é um livro de contos, diferente dos que estamos
acostumados a ler, você sente alguma dificuldade em lançar livros de contos?
O mercado
é seletivo. São poucas as editoras que estão receptivas ao gênero, principalmente
no caso de um escritor estreante, mas existem outros caminhos. Felizmente algumas
casas possuem uma visão diferenciada do mercado e apostam em um modelo alternativo.
A Penalux, responsável pela publicação do meu livro, é uma dessas editoras.
Estão fazendo um trabalho muito interessante, com uma linha editorial que
inclui até livros de poesia, o que para alguns editores seria algo impensável.
Em
relação ao público, vejo que o conto é recebido, ao menos inicialmente, com
alguma ressalva. Mas trata-se de um estranhamento primordial, facilmente
rompido quando o leitor percebe que tem algo precioso em mãos. O conto
realmente possui uma dinâmica diferente do romance, mas não são gêneros
excludentes. Eu mesmo, que tenho predileção pelos contos, não dispenso um bom
romance. A qualidade da literatura independe do gênero.
Sua
afirmação de que não está acostumada a ler contos é bem comum. Não é a primeira
vez que ouço este depoimento. Deixo então um convite à reflexão: na vida
moderna temos cada vez menos tempo livre, não teria o conto a medida ideal para
dar aquele agito na rotina? O-que-é-o-que-é: cabe no tempo de uma viagem de
metrô para o trabalho, na sala de espera de um consultório médico e nos últimos
momentos da noite, enquanto o sono não vem? A resposta: um bom conto.
Como você lida com as críticas?
Meu ego sempre
interfere. Lido muitíssimo bem com as elogiosas, que estão absolutamente certas;
as desfavoráveis, estão erradas! Simples, não? Agora sério: gosto das críticas,
mesmo quando o parecer é negativo. Acredito que toda análise, quando feita de
maneira honesta, é válida. Tenho recebido um retorno positivo com o Anelisa. Como os contos do livro são
diversificados, as opiniões variam. Enquanto alguns leitores preferem os textos
mais obscuros, outros elogiam aqueles que falam de amor ou relacionamentos.
Acho extremamente construtivo observar os apontamentos dos leitores.
Tem algum autor ou autora preferido?
Livro ou autor? Melhor ficar apenas na lista dos
escritores mesmo. Há dois que releio constantemente: Jorge Luis Borges e
Murilo Rubião. São dois mestres do conto fantástico. O segundo é um escritor
brasileiro, praticamente desconhecido pelo público. Como aprendi muito lendo e
relendo seus textos, tenho uma relação de dívida com sua obra. Faço questão de
recomendá-lo sempre que alguém me pergunta sobre meus autores preferidos.
Leiam, portanto, Murilo Rubião.
Existem
outros nomes importantes. Vou citar alguns, evitando os mais clássicos: Mia
Couto, Orhan Pamuk, Ítalo Calvino, Adriana Lisboa, John Fante e Lourenço
Mutarelli. Recentemente descobri
Lygia Fagundes Telles. Uma amiga fez o favor de me mostrar, através do livro Antes do Baile Verde o quanto eu estava
perdendo por desconhecer a obra da autora. E quadrinhos. Sempre quadrinhos!
Aprendi
mais ao publicar do que ao escrever. Escrever foi relativamente fácil, a parte divertida
do processo. Já a publicação dá um pouco mais de trabalho. Procurar editora,
receber muitos nãos, não receber não algum, nem mesmo uma recusa, participar da
revisão, editar o livro, cortar parágrafos inteiros. Ler, reler, corrigir... Dá
trabalho, viu? Mas é muito prazeroso ver o livro pronto. O grande aprendizado:
é preciso ser persistente!
Deixe um recado para os nossos leitores:
Gostou do livro? Quer contribuir? É fácil: ajude a
promover o trabalho. Conhece alguém que curte leitura? Diga que Anelisa
Sangrava Flores é a melhor coisa que você leu em anos! Possui um blog, uma
página na internet? Faça uma resenha! Comente em suas redes sociais – virtuais
ou não. Lembre-se: a mídia tradicional, em sua grande maioria, está de portas e
olhos fechados para os novos autores, por isso o boca-a-boca é tão importante.
Este livro possui um blog e está cadastrado no Skoob. São espaços em que você pode
expressar sua opinião livremente e contribuir com o trabalho do autor. Um
recado: pegue a primeira palavra de cada uma das respostas acima, começando pela
terceira e finalizando na nona. Recado dado.
Agradeço a parceria e simpatia do autor para com o blog, muito em breve terá resenha desse livro aqui aguardem novidades e desejo imenso sucesso a você Anderson, as portas do blog sempre estarão abertas para você!
Beijos
Até mais...
Particularmente gosto muito de contos, e concordo com o que o Anderson falou em relação ao gênero. Gosto de histórias que tenham um ritmo mais acelerado, geralmente, os contos tem essa características por serem mais curtos do que um romance tradicional.
ResponderExcluirDesejo todo o sucesso ao Anderson em todas as suas publicações.
@_Dom_Dom
Eu gosto muito de contos, e vou procurar saber mais sobre esse que me chamou atenção, tanto pelo titulo quanto pela capa.
ResponderExcluirEu ainda não tinha conhecia esse autor e acho super legal os autores brasileiros se destacando cada vez mais.
Abçs :)
Não fiquei interessada no livro pois não gosto de contos, mas como sempre falo, sempre é bom conhecer novos autores.
ResponderExcluirNão conhecia, mas adorei saber que é de contos e meio absurdos ainda por cima *-*
ResponderExcluirCom certeza eu vou querer ler ^^
oi Dressa,
ResponderExcluirestou adorando essa coluna. É sempre bom ter um espaço para conhecermos melhor os novos autores nacionais.
Eu não curtia muito contos, mas tenho lido alguns, de uns tempos pra cá, e me surpreendido positivamente, rs
beijos
http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/
Oi Dressa, como sempre a coluna trazendo sempre coisas boas por aqui ^^ Adorei conhecer o autor e a entrevista
ResponderExcluiradorei ainda mais a trilha sonoro que ele escolhei, o que me instiga ainda mais a conhecer sua obra!
Beijos Joi Cardoso
Estante Diagonal
Gosto mto de literatura fantástica e achei a capa e o título lindos!!
ResponderExcluirNõ conheço Jorge Luis Borges e Murilo Rubião q o autor citou..=/...vou me informar mais sobre eles.
Achei a entrevista bem simpática!
Adoro quando tem posts assim, porque eu verdadeiramente amo a literatura nacional, e adoro conhecer esses autores incríveis que nós temos. (e já falei que o meu livro favorito é nacional?! Não? Pois é! E é perfeito!). E é tão bom ver todos os blogs unidos promovendo o trabalho dos nossos escritores (que a cada dia crescem mais e mais). Eu com certeza vou colocar essa beleza no meu carrinho e tenho certeza que vou aproveitar e muito a leitura.
ResponderExcluirPS: Parabéns pelo post, eu amei!
Os contos do autor são bem diferentes e originais!
ResponderExcluirGostei da entrevista com o Anderson Henrique.
E espero que esse livro tenha bastante sucesso!
Não conhecia o autor. É sempre bom conhecer novas obras, principalmente se for nacional.
ResponderExcluirO livro parece ser interessante, apesar de não ler muitos contos, estou procurando desenvolver mais esse costume.
Adorei a coluna.
Beijos
Construindo Estante || Facebook
Eu não conhecia o autor, tampouco o livro dos contos. Mas fiquei bem curiosa, ainda mais pelo que ele comentou sobre alguns. Mulher com sangrava flores, m homem que não para de crescer... isso me deixou bem curiosa. rs
ResponderExcluirEspero ter oportunidade de ler qualquer dia desses! E desejo claro, sucesso ao autor ;)
Beijos
Gostei da entrevista, mas o livo não me interessou muito.
ResponderExcluirAndressa!
ResponderExcluirGosto muito de livros de contos porque há diversidade.
E quando um autor nacional se propõe a escritos do tipo, fico muito feliz. Foge ao comum da modernidade e nos reporta a boa e velha leitura de estórias individualizadas.
A entrevista bem interessante.
Sucesso ao autor.
Boa semaninha!
Cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
Oi, tudo bom?
ResponderExcluirEu já tinha ouvido falar do autor em outro blog, achei seu livro super interessante, adorei conhecer um pouco mais sobre ele, pretendo ler o livro dele, parece ser uma leitura bem gostosa, creio que irei gostar muito.
Beijos *-*
Oii
ResponderExcluirAinda não conhecia o livro, mas gostei dele.
Bom que seja fantástico os contos. Dificilmente leio contos, mas leria este.
Gostei da entrevista.
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi, flor
ResponderExcluirEstou adorando essa coluna de autores nacionais. Acho super legal que eles estão tendo a divulgação que merecem. A parte da entrevista, então, nos ajuda a conhecer melhor o autor. Gostei muito.
Amei demais a trilha sonora que ele propôs. Fiquei curiosa para ler (quase nunca leio contos)
Beijos
http://entrelinhaslivros.blogspot.com.br/
Oi Dressa, tudo bom? Gostei bastante do autor, pois ele é bem autêntico.
ResponderExcluirLançar um livro com vários contos diferentes é algo corajoso, mas bem interessante. Gostei dele ter colocado Vento no Litoral na playlist. :)
Beijos!
http://livrosyviagens.blogspot.com.br/
Parabéns pela entrevista. Não gosto de contos. São histórias curtas, sempre fico com aquela sensação de que faltou algo quando os termino e isso me frusta ao extremo.
ResponderExcluirAdorei a entrevista, já tinha visto esse livro por aí e fiquei com muita vontade de ler. Gosto muito de histórias fantásticas é essas beiram uma realidade totalmente diferente que me interessaram muito.
ResponderExcluirOie...
ResponderExcluirDesconhecia o autor e fiquei muito feliz por ter a oportunidade de conhecê-lo e também ao seu trabalho!!
Oiii
ResponderExcluirMais um autor nacional!! Eba! Amo contos, e escrevo também de vez em quando. Estava lendo a lista de músicas que ele fez e tipo UAU. Amei as escolhas dele. Me deixou ainda mais curiosa em ler seu livro!
Beijos
Já me ganhou quando disse falou em fantasia. Nunca li livros de contos, e bom, outro ponto positivo é o título. Já li a trilogia Wake que também trata de sonhos, porém com uma outra história, seria legal ler esse livro e ver uma abordagem diferente do assunto.
ResponderExcluirAchei o titulo meio estranho rsrs, mas chama atenção. Não leio muito livros de contos, mas vou procurar ler este.
ResponderExcluirBeijos.
http://livrosleituraseafins.blogspot.com.br/
Não conhecia o livro nem o escritor mas vejo que ele lida bem com as criticas coisa que eu não conseguiria fazer de forma alguma.E essa "playlist" realizada por ele,adorei.Não sou fã de contos mas muito sucesso ao escritor.
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