Ninguém Nasce Herói
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia / Literatura Brasileira
Páginas: 384
Sinopse: Skoob
Avaliação:
A história gira em torno de
Chuvisco, um jovem que vive em um Brasil futurístico, onde o governo é liderado
pelo Escolhido, um indivíduo que governa o país de forma repressora. Para ele,
os indivíduos aceitos são tradicionais e qualquer um que não se encaixa nesse
padrão não é bem visto. Na verdade, é até caçado, por milícias, como a Guarda
Branca. A Guarda Branca é uma milícia que percorre as ruas atrás de gays,
ateus, negros e qualquer um que não se encaixe na definição de aceito pelo
governante. Ou seja, o país é um local aterrorizante, onde ser diferente
significa ser caçado, levado ao ostracismo ou pior.
“As propagandas nas paredes anunciam os supostos benefícios da nova onda de privatizações do governo. HOSPITAIS E ESCOLAS DE MAIS QUALIDADE PARA TODOS, dizem as letras amarelas. Só não dizem que “todos” seria esse.”
Chuvisco é um jovem que junto com
alguns amigos realiza alguns protestos, principalmente relacionados à
distribuição de livros considerados proibidos pelo governo. Como é um grupo
relativamente jovem, os amigos estão embalados nos problemas da juventude:
amores, desamores, desencontros e encontros, além de estarem começando a moldar
a própria identidade.
“Conforme a situação do país degringolava, nos tornamos mais afetuosos, uma forma de equilibrar a balança da cultura de ódio. É inegável que no Brasil o culto à ignorância nos levou a um fanatismo comparável apenas ao dos radicais islâmicos. O ódio, contudo, se fortaleceu inclusive nos países ditos desenvolvidos. Nos Estados Unidos, o número de atentados em escolas aumentou e chacinas da população negra foram televisionadas sem que qualquer policial fosse condenado. Na Europa, surgiram histórias sobre paramilitares contratados pelos governos para afundar barcos de refugiados de guerra, colocando a culpa em atravessadores e piratas, e de empresas que lucravam incitando a instabilidade e a guerra.”
Um dia, Chuvisco se depara com
uma cena que infelizmente é cotidiana: a Guarda Branca está espancando um
jovem. E o rapaz decide que é hora de fazer mais do que distribuir livros e
intervém. É nesse momento que Chuvisco começa a avaliar as próprias ações e a
necessidade de fazer e ser mais.
O interessante do livro é que ele
se aplica perfeitamente ao mundo de hoje. A cada dia observamos mais e mais
injustiças acontecerem, chacinas movidas pelo preconceito e a impunidade
rolando solta.
Sem dúvida, “Ninguém nasce herói”
é um livro forte que discute em uma linguagem simples, inúmeros problemas
sociais. Os personagens são jovens, mas também são questionadores e repletos de
vontade de mudar o mundo.
“Será que existe um tradutor especializado em sentimentos? Um que tire das sintaxes outro tipo de ligação, que consiga interpretar palavras além de seus significados? Alguém capaz de realinhar pensamentos que, de outra forma, pareceriam desconexos?”
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